O goleiro Bruno passou mal pouco antes de começar a audiência no fórum de Ribeirão das Neves na manhã desta quarta-feira (6). O jogador desmaiou na sala quando as testemunhas do caso Eliza Samudio começariam a ser ouvidas e precisou ser socorrido.
O goleiro Bruno passou mal pouco antes de começar a audiência no fórum de Ribeirão das Neves na manhã desta quarta-feira (6). O jogador desmaiou na sala quando as testemunhas do caso Eliza Samudio começariam a ser ouvidas e precisou ser socorrido.
Uma pesquisa da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais mostrou que houve queda de 9,3% no número de assassinatos no primeiro semestre deste ano na região metropolitana de Belo Horizonte. De janeiro a junho deste ano, foram 829 ocorrências de homicídios, contra 914 no mesmo período do ano passado.
Só na capital mineira, no primeiro semestre deste ano, foram 357 homicídios, uma média de 1,9 por dia. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 2,46% no número de assassinados, quando 366 pessoas foram mortas na capital, uma média de dois crimes por dia. No primeiro semestre deste ano, foram 27 assassinatos de mulheres, contra 36 registradas na capital no mesmo período de 2009. O número de homens vítimas de homicídios em 2010 é o mesmo do ano passado, 330 no primeiro semestre.
Um dos municípios que registrou aumento na quantidade de crimes foi Ribeirão das Neves, uma das cidades mais violentas da região metropolitana de Belo Horizonte. No primeiro semestre de 2009, foram 71, contra 75 registrados neste ano, alta de 5,63%.
O sociólogo Marcelo Nunes Moreira, morador de Ribeirão das Neves, acredita que 60% dos assassinatos têm ligação com o tráfico de drogas. A constatação foi com base em um levantamento nas delegacias de Homicídios de Contagem e Ribeirão das Neves. "Os traficantes matam integrantes de gangues rivais para dominarem uma área ou pessoas que compram drogas e não pagam." No caso de Neves, Nunes afirma que a violência aumenta pelo fato de a cidade ser depósito de presos.
Um jovem que aparenta ter cerca de vinte anos chega na padaria com uma mochila nas costas e vai direto ao caixa, aponta a arma para a funcionária e pega todo o dinheiro. Na saída, ele ainda ameaça quem está por perto.
O dono da padaria conta que a mulher que ficou na mira do revólver está grávida. A ação do rapaz durou pouco mais de trinta segundos, prejuízo calculado em quase mil e quinhentos reais.
O assalto aconteceu durante o dia e o criminoso saiu a pé com todo o material roubado. Esta é a terceira vez que a padaria é alvo dos bandidos só neste ano. A suspeita é de que os crimes tenham sido praticados pela mesma pessoa.
Para garantir a segurança, o proprietário da padaria investil R$ 6 mil em equipamentos de circuito interno de TV. As câmeras foram instaladas no início do ano, depois que a outra loja dele foi assaltada pelo menos oito vezes no bairro vizinho.
Instaurado em 24 de junho pela Polícia Civil de Minas Gerais e encaminhado à Justiça nesta sexta-feira (30), o inquérito presidido pelo delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), para apurar o desaparecimento de Eliza Samudio Silva, apresentou as seguintes conclusões:
1. Eliza Samudio foi assassinada na noite do dia 10 de junho por Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como "Bola", "Neném", "Russo" e "Paulista", contratado por Luiz Henrique Romão, vulgo "Macarrão", a mando do atleta profissional Bruno Fernandes das Dores de Souza. Ela foi morta por asfixia mecânica na residência de "Bola", em Vespasiano. O corpo foi destruído. Depois de esquartejado, parte do cadáver foi consumida por cães e os restos ocultados;
2. Eliza Samudio foi seqüestrada no dia 4 de junho, no Rio de Janeiro. Ela permaneceu em cárcere privado na residência de Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, na mesma cidade. Passou ainda algumas horas em um motel em Contagem, de onde seguiu para o sítio do atleta, em um condomínio do município de Esmeraldas, até ser levada para a casa de Marcos dos Santos, em Vespasiano, onde o plano de eliminá-la foi executado;
3. Além de Bruno Fernandes, Luiz Henrique Romão e Marcos Aparecido Santos, tiveram participação no crime também Flávio Caetano de Araújo, o "Flavinho", Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha", Dayanne Rodriques do Carmo Souza, Elenilson Vitor da Silva, Sérgio Rosa Sales, o "Camelo", Fernanda Gomes de Castro e o adolescente J.;
4. Com exceção de Marcos Santos, que foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha; e do adolescente J., os demais suspeitos foram indiciados por seqüestro, cárcere privado, homicídio, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores;
5. O adolescente J. foi denunciado pela participação nos crimes de seqüestro, cárcere privado e homicídio, com alegações finais feitas pelo Ministério Público, e aguarda pronunciamento do Juizado da Infância e Juventude de Contagem.
Provas - materialidade indireta
As conclusões do inquérito têm como base de sustentação os vestígios e indícios abaixo:
· O sangue encontrado na parte traseira da Range Rover teve resultado positivo na comparação com o DNA de Eliza Samudio. Dentro do veículo, usado para trazê-la a Minas Gerais, a vítima foi atacada pelo menor J., que desferiu-lhe três coronhadas na cabeça;
· O abandono do filho de Eliza Samudio, de quatro meses de idade, pivô da ação judicial de reconhecimento de paternidade, cumulada com alimentos, que foi o principal motivador do crime. Ele foi subtraído por "Macarrão" e o adolescente J., sendo posteriormente entregue por Bruno à Dayanne, para que esta tomasse conta dele provisoriamente. O bebê, batizado de Bruno, passou a ser chamado de Ryam Yure, na tentativa de apagar quaisquer vínculos de relação com Eliza;
· A contratação para execução do crime de um homem com vivência policial preventiva e investigativa, dotado de conhecimentos de técnicas de combates urbanos e nas selvas, com domínio e manuseio de materiais explosivos.
Outras provas técnicas
· Laudo de análise do relatório do GPS do veículo Range Rover, placas KXS-1531, de propriedade de Bruno Fernandes, conduzido por Luiz Henrique Ferreira Romão e utilizado no sequestro da vítima. A ação criminosa começou no dia 4 de junho, por volta das 21h. O laudo demonstra passo a passo o deslocamento feito do Hotel Transamérica do Rio de Janeiro para Minas Gerais, culminando com a apreensão do veículo em Contagem, no dia 08 de junho;
· Reconhecimento por amigas e parentes, como sendo pertencentes à Eliza Samudio, do par de sandálias e óculos encontrados no veículo Range Rover;
· Cruzamento de registros de ligações telefônicas dos indiciados, constatando o envolvimento e localização dos mesmos no período do dia 4 a 12 de junho. As Estações Rádios Bases (antenas de transmissão de telefonia), utilizadas pelos autores quando Eliza era levada para ser executada, demonstram a correlação dos trajetos com os depoimentos, bem como a mesma localização no horário em que se encontraram para levar a vítima até o local em que fora executada;
· Fralda tamanho P/M encontrada na suíte do motel onde Eliza, seu filho, Bruno, Fernanda, Luiz Romão e J. passaram a noite;
· Invólucro contendo fotografias queimadas do filho "Bruninho", encontrado próximo à cerca do sítio de Bruno;
· Laudo referente a exames realizados nos notebooks de Eliza Samudio e Luiz Henrique Ferreira Romão, destacando fotos da criança e de Bruno, as quais foram encontradas queimadas perto da cerca do sítio; trechos de conversação que registra ameaças que vinha sofrendo; o contrato redigido no notebook de "Macarrão" a ser firmado entre Eliza e Bruno, datado de 08/06/2010, ocasião em que Eliza estava cativa no sítio de Bruno, bem como uma procuração em branco;
· Laudo de áudio de entrevista à Rádio Tupi do Rio de janeiro, do tio do adolescente J., dando detalhes de como ele (o menor) participou do crime e o estado emocional em que ele se encontrava;
· Laudos de áudio e vídeo constando entrevista do indiciado Bruno Fernandes, nas quais relata, com contradições, no programa Fantástico (Rede Globo) e em jornais, que não tinha conhecimento dos fatos, imputando ao indiciado Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", a responsabilidade de lhe ter entregue a criança;
· Laudo de áudio e vídeo de outras gravações, veiculadas no Programa do Ratinho (SBT) e Balanço Geral (TV Record), em que estão registradas falas de "Macarrão" e Bruno;
· Entrevista de Eliza Samudio no site Youtube, denunciando o indiciado Bruno por sequestro e tentativa de aborto;
· Áudio de entrevista do irmão de Dayanne, Diego Rodrigues do Carmo, à Rádio Itatiaia de Minas Gerais, particularizando a participação da irmã no crime.
Provas testemunhais
· O depoimento de Sérgio Rosa Sales, vulgo "Camelo", em que ele detalha como Eliza foi conduzida no veículo Ecoesporte, portando sua mala vermelha. Após sua morte, a mala com pertences da vítima foi queimada pelo indiciado "Macarrão" e o menor J., juntamente com um álbum de fotografias do filho de Eliza;
· Declarações de Dayanne, detalhando como Eliza foi retirada do sítio, tendo depois, o indiciado Bruno, levado o filho da mesma para que ela (Dayanne) cuidasse, fortalecendo ainda mais a certeza da morte de Eliza Samudio;
· Informações do menor J., detalhando a maneira como Eliza Samudio foi estrangulada pelos indiciados Marcos dos Santos e Luiz Henrique Romão. De acordo com parecer de médico legista, com base nas informações, Eliza morreu por asfixia mecânica;
· Depois de ser vista pela última vez saindo em companhia de J. e de "Macarrão", Eliza Samudio não mais deu notícias, nem ao menos contatou as melhores amigas e os parentes, a não ser àquelas a que fora coagida a dizer, como costumeiramente fazia, que estava bem. Familiares, amigos, amigas, pessoas do relacionamento falavam com Eliza, com constância diária, via Nextel e MSN.
O trabalho de investigação foi coordenado pelo delegado Edson Moreira, chefe do DIHPP, e contou com a participação dos delegados Wagner Pinto, chefe da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV), Ana Maria Paes dos Santos, titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Contagem e Alessandra Wilke. O trabalho teve a colaboração ainda de 20 investigadores e três escrivães, além dos peritos do Instituto de Criminalística.
Agência Minas
O goleiro Bruno e seu funcionário Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, chegaram pouco antes do meio-dia desta segunda-feira (19) ao Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Os investigadores que trabalham no inquérito sobre a morte da jovem Eliza Samudio, que alegava ter um filho com o jogador, querem mais uma vez tentar ouvi-los.
Bruno e Macarrão entraram de cabeça baixa e não deram declarações. Até a última sexta-feira, o advogado Ércio Quaresma, que defende os dois e a maior parte dos suspeitos de envolvimento no crime, mantinha a orientação para que seus clientes só se pronunciassem em juízo.
O chefe do Departamento de Investigações, delegado Edson Moreira, está desde a manhã reunido com a cúpula da Polícia Civil de Minas. Entre as medidas que estão sendo decididas para esta semana está uma acareação entre os dois primos do jogador – o menor J., de 17 anos, e Sérgio Rosa Salas – que apresentam versões conflitantes sobre a noite da morte de Eliza. Também esta semana devem ficar prontos os laudos periciais que serão anexados aos inquéritos.
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