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Movimentos sociais e as lutas de outrora

Há muitos anos não se vê no Brasil, grupos de lutas sociais coesos, movimentos sociais que lutem por interesses coletivos e que vão para rua exigir mudanças. Tenhamos como exemplos, desde o período colonial, como Zumbi, Carlos Prestes ou Marighela, que lideravam movimentos com esse intuito. Mais recentemente, toda a luta exercida pela UNE (União Nacional dos Estudantes), contra o regime militar, talvez essa tenha sido a última luta veemente que tenhamos visto.

De lá para cá, o que se vê é uma visão mais individualista de mundo, cada um corre atrás do seu e o outro que corra também, não há uma visão altruísta e coletiva, um movimento direcionado em prol de organizar a sociedade civil para os assuntos políticos, não de maneira ampla. Essas mudanças talvez tenham ocorrido por uma série de fatores. Algumas medidas políticas como, por exemplo, o boato que corre, é que a UNE é patrocinada pelo governo, o que não lhe permite ter a força de outrora.

Os sindicatos que conseguiram produzir um presidente, e alguns representantes no legislativo, hoje não tem mais a força que mostraram no passado, suas ações não ganham repercussão, como ganhavam à tempos atrás, a verba destinadas a eles na contribuição sindical é uma grande dúvida de todo trabalhador, e a maioria das empresas consegue “calar” essas organizações.

Percebo também um controle intenso do governo no que deve ser direcionado as crianças nas escolas, enquanto vendem Tiradentes como salvador, em analogia física de Jesus Cristo, enquanto nossas crianças nunca ouviram falar em Zumbi, Carlos Prestes, Zapata, Santino, Antonio Conselheiro, etc, pelo menos não nas escolas públicas. Privaram de nossas crianças o conhecimento vasto às raízes revolucionárias, embora incipientes de nosso povo ou de nossa sociedade.

Dessa maneira, não creio muito nessa geração atual, e que ela possa mudar o status quo da sociedade, os movimentos ainda são pequenos e dispersos. Para os movimentos serem contundentes, eles têm que ser homogêneo e mobilizar muitas pessoas, uma unicidade nesse momento seria o ideal, para lutar contra todos esses problemas do mundo hoje, que talvez nem todos percebam, mas são graves. Em uma visão Arendtiana a interferência do mundo dos negócios dificultou a ação, ou seja, houve uma decadência do mundo político, houve um afastamento da sociedade nesses interesses, muito embora não possamos generalizar.

Enquanto isso, somos pressionados pelos poderes que nos dominam, e se tornam cada vez mais fortes, como: o poder econômico, político, coercitivo e simbólico, os três primeiros ligados ao Estado, e o último atrelado ao papel da cultura de mídia. Enquanto isso o Estado fica nos vendendo a democracia fajuta do voto, que se fosse democracia não seria obrigatório. Assim segue a humanidade "a passos de formiga e sem vontade", e a nossa "indignação é uma mosca sem asas, que não ultrapassa a janela de nossas casas", como musicou o Skank. Os grupos existentes de lutas são poucos e acredito não serem fortes a ponto de conter armas mais atreladas ao capital. Anonymous, MST, Greenpeace soam apenas como um eco no meio de um abismo, chamado mundo civilizado e capitalista. Como ressalta Boaventura Santos “temos formados conformistas incompetentes e precisamos de rebeldes competentes.”

 

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