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Valores esquecidos

Nesta oportunidade estarei abordando um tema onde não tenho elementos estatísticos para me respaldar, já que não fiz nenhuma pesquisa antes de expressar minha humilde opinião, como também não sou estudioso da área.

O que direi aqui, estará respaldado apenas pelo acompanhamento diário que vejo no comportamento das pessoas do hoje, e cruzando as informações com a minha experiência de vida, que está por meses para completar 6 décadas.

Não estarei aqui, contestando, até mesmo porque sou bem receptivo às mudanças. O que tentarei, tem o objetivo único de expor meus pensamentos. Afinal, opinião é opinião, não necessariamente verdade absoluta. Cada um a absorve da maneira entende.

Tenho reparado que estamos hoje diante de uma geração muito triste. Inconscientemente, as famílias têm gerado uma espécie de "trabalho escravo infantil", com o agravante de ser legalizado. Utiliza-se o tempo das crianças com tudo. Música, línguas, esporte, computador, balé, isso e aquilo. Há tempo para tudo, menos para deixa-las exercerem o direito de serem crianças, de brincar. No meu entendimento está havendo um extermínio coletivo da infância. Estamos asfixiando o diálogo.

A modernidade tem levado a sociedade a se tornar um manicômio global, um grande hospital psiquiátrico.

Nota-se em nossas convivências diárias, e até através dos noticiários, que metade das crianças nunca trocou diálogo com os pais sobre quem elas são, quais seus conflitos, se há a angústia do bullyng. É raro hoje, o pai se dar conta que seu filho se sente diminuído entre seus pares. Vejo que é notório o sintoma da insegurança e uma elevação da baixa estima. Vivem mais de pesadelos do que de sonhos.

Tem de haver uma revolução sócio familiar. Os pais precisam aprender a falar de suas lágrimas, para quando ouvirem, seus filhos possam chorar as deles. É uma forma de ensiná-los a ter resiliência, palavra hoje na moda, mas de muita pertinência.

Se os pais não repassam, não transferem sua biografia para seu filho, tem grande chance de estar gerando um jovem frágil, dependente e de pouco iniciativa.

Hoje estamos trocando alguns valores. Estamos presenteando demais e viciando o córtex cerebral dos filhos, e isso os leva a precisar muito mais para sentir migalhas de prazer. É preciso aprender a ensinar a sonhar, a valorizar aquilo que o dinheiro não pode comprar. Excesso de estímulos, de presentes, fazem com que o cidadão, seja criança, adolescente e até adulto, volte-se para fora e não para dentro de si mesmo. Com isto têm grandes dificuldades de se interiorizar, trabalhar perdas e frustrações e pensar antes de agir.

Entendo que é preciso mudar a "era da informação" (com toda sua importância) para era do "EU" como gestor da mente humana. Temos que destruir esta era do bombardeamento do córtex cerebral para era do desenvolvimento das habilidades sócio emocionais. É preciso ensinar as crianças a terem sonhos, não desejos. Desejos são intenções superficiais, sonhos são projetos de vida.

Este tema nos remete a demoradas reflexões, portanto, deixarei de expor muitas coisas que gostaria de compartilhar, e finalizo dizendo que será necessário aprendermos a organizar a vida, priorizando o que realmente é importante e palpável. Somos rápidos em responder, mas não questionamos nossas convicções antes de falar. Entendo que definir o que é importante nos traz benefícios tanto no presente como para o futuro.

A exigência, a paranoia pelo sucesso a qualquer custo e a compulsão de ser o número um, tem destruído as relações e transformando as pessoas em escravos do triunfo.

Quem está inserido neste contexto, tem muito mais dificuldades para lidar com as perdas, administrar as decepções, refletir sobre suas falhas. É preciso ter a consciência de que a vida é cíclica, não há sucesso que dura para sempre, e nem fracasso que seja eterno.

Ser diferente, é saber acreditar, duvidar, criticar, ouvir e determinar.

Só assim será possível gerenciar a ansiedade, tornando sua qualidade de vida saudável diante das intempéries da vida.

Então; tentemos resgatar estes valores ora esquecidos!

 

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