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Ribeirão das Neves e as dificuldades com o patrimônio cultural da cidade

"Quem mata a sede é água, não refrigerante."

Os processos sociais, políticos e urbanísticos por quais Ribeirão das Neves passou, convergiram para a degradação da cidade de forma que a construção da identidade de seus moradores fica tão negativada que tendem a repugná-la, o que impede esforços ligados a construção e o conhecimento do que é seu patrimônio cultural.

O desenvolvimento dessa ideia de patrimônio, seja ambiental ou cultural, surge com a finalidade de garantia da qualidade de vida para essas e futuras gerações pois é constitutivo da identidade e da diversidade cultural de um povo, além de ser um importante fator de desenvolvimento sustentável, de promoção do bem-estar social, de participação e de cidadania.

Não há como falar em patrimônio sem falar de sua dimensão material, o que reforça a importância do fortalecimento das legislações, instituições e órgãos governamentais que tem função de preservar de tais elementos, como o Conselho Municipal de Cultura de Ribeirão das Neves, que tem realizado ações de reconhecimento e salvaguarda de elementos do patrimônio cultural da cidade, ainda que de forma lenta e pontual.

O patrimônio também não depende apenas da vontade e decisão políticas de uma agência de Estado, precisa encontrar representatividade junto aos moradores da cidade. Para que seja protegido, é necessário que os indivíduos se mobilizem em prol de sua proteção. Em Neves, tanto o reconhecimento quanto a proteção do patrimônio não são preocupações para a maioria de seus moradores e governantes, pois não se identificam com o lugar de moradia e não se sentem representados pelo seu patrimônio o que inviabiliza os cuidados com tal.

Assim, a busca pela reconstrução da memória da cidade, a preservação de seu patrimônio cultural deve ser incentivado, de forma a fortalecer a construção social da identidade da cidade. Tal perspectiva aponta para a necessidade da efetivação de função social da cidade que possibilite a preservação do patrimônio cultural regional por meio dos planos diretores municipais e metropolitanos, que incluam por exemplo, a participação popular. Para que o patrimônio cultural existente no meio urbano seja efetivamente preservado, o Plano Diretor de um município, assim como as leis que tratam do uso e da ocupação do solo, devem observar as agressões e impactos causados aos patrimônios locais de forma a garantir o acesso à cultura e impedir sua destruição, a evasão e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural. A noção de patrimônio cultural tem ligação com a estrutura social e seu sistema simbólico, com isso, essas reflexões na cidade de Ribeirão das Neves, se mostram como um desafio, dada condição de vulnerabilidade social de seu território.

Contudo, afirma-se sobre uma riqueza cultural da cidade, que precisa de identificação e valorização. Uma característica cultural forte na cidade, por exemplo, é o artesanato, tendo em vista que a cidade recebeu moradores de várias regiões do país, que vieram buscar uma nova vida na capital mineira, assim o artesanato local se mostra presente em várias vertentes, confeccionadas com matérias primas como: linhas, tecidos, madeiras, vidros, barbantes, papéis e muitos materiais destinados ao descarte. Na mesma linha, a culinária é outra característica forte da cidade. A cidade tem destaque também nas artes cênicas, contando com vários estúdios de dança. Dentre os movimentos culturais, merecem destaque o balé, rock, funk, entre outros. A capoeira também tem representação na cidade, nos guetos, nos espaços públicos, assim como o Congado e outras manifestações religiosas.

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